Nosso objetivo principal com o Fazedores é disseminar a cultura do faça-você-mesmo! Queremos ajudar as pessoas a darem os seus primeiros passos, a colocar a mão na massa e realizar projetos incríveis, acima de tudo. Mas, se por um lado temos aqui todo tipo de referência e ideia legal sobre o que fazer, precisamos mostrar também que alguns projetos, por mais que pareçam simples, escondem perigos e riscos.
Não estamos falando de projetos ridiculamente perigosos, como arcos de alta tensão, maçaricos, motores a jato e coisas óbviamente arriscadas. (Apesar de ser uma boa ideia de lista, o que acham?) Hoje, vamos listar os materiais e técnicas que parecem tranquilos e seguros, mas não são.
Então, se você não tem um diploma, experiência na área ou um profissional para te orientar, fique longe de:
Lasers: mais danos na retina, menos sabre de luz
Tudo sobre lasers é cool! Eles foram consagrados na ficção científica como uma das tecnologias mais legais do futuro. O problema é que a imagem que os filmes pintam sobre eles é ridiculamente incorreta. O “pew-pew” e “fwooooomp” dar armas laser, acompanhados de feixes de luz brilhante tem pouquíssimo a ver com a realidade.
Um diodo de laser pode emitir feixes de alta potência que, na verdade, são bem difíceis de ver. Quer dizer, você está trabalhando com algo que tem o potencial para danificar permanentemente a sua visão e ainda é completamente invisível.
Para completar, diodos de alta potência são fáceis de conseguir no mercado ou em eletrônicos velhos, e simples de montar também. Além de serem pequenos e aparentemente inofensivos. Uma verdadeira tentação! Se quiser aventurar nesta área, já sabe: equipamento de segurança e muito cuidado. Jamais aponte um laser na direção de pessoas ou animais!
Eletricidade: perigo invisível
Usamos eletricidade para tudo na vida. Da fonte do computador à bateria dos carros, nossa convivência com ela é tão próxima que talvez nos passe uma falsa sensação de segurança. Que fique muito claro: os aparelhos eletro-eletrônicos só são muito seguros por que são projetados especificamente para isto. Aquele circuito modificado que você está pensando em fazer talvez não tenha a mesma proteção.
Os 110 volts (ou 220, dependendo de onde você mora) disponíveis nas tomadas que temos em casa são mais que o suficiente para causar sérios acidentes. Para piorar, não há como saber se um terminal exposto está ou não energizado, só de olhar. Assim, é comum que pessoas inexperientes se machuquem ao achar que estão desligados. Outro causador comum de acidentes é um componente chamado capacitor. São peças encontradas comumente em fontes, transformadores, monitores e TVs. Eles acumulam carga na faixa dos milhares de volts, e continuam carregados muito tempo após os aparelhos serem desligados. Uma verdadeira armadilha para dar choque em incautos.
Veja este sujeito descarregando um capacitor com cargas progressivamente mais altas:
Aprender a fazer projetos elétricos é super divertido, mas exige responsabilidade. Comece com circuitos de baixa tensão e corrente. Qualquer coisa ligada a pilhas e baterias comuns, por exemplo, está em uma faixa bem segura. Leia também nosso Guia de Segurança em Projetos Elétricos antes mesmo de pegar na caixa de ferramentas.
Power tools: mais fortes do que você pensa
Mesmo uma ação simples, como cortar uma tábua esconde perigos aos olhos de quem não conhece as máquinas. Dentro de uma oficina (e mesmo dentro da sua caixa de ferramentas) existem acidentes prontos para acontecer com quem não as usa com cuidado.
Uma simples Dremel, que é compacta e leve, gira a até 35.000 RPM! Usada incorretamente, ela é capaz de gerar, por atrito, calor suficiente para derreter metal. Tanto os bits quando as superfícies trabalhadas ficam muito quentes e podem causar queimaduras graves. Há ainda o problema de faíscas e estilhaços voando. A Lei de Murphy já diz: “para cada partícula que voa, sempre há um olho aberto”. Quando as partículas são pedacinhos de metal quente em alta velocidade, o resultado pode ser desastroso.
Sobre a segurança em oficinas, poderíamos escrever um livro inteiro. Cada maquinário tem um protocolo de segurança e o EPI adequado para o seu uso. E os maiores perigos estão em detalhes que não são aparentes. Por exemplo: uma serra circular de bancada, além do risco óbvio de cortar seus dedos fora, pode arremessar pedaços de madeira com grande velocidade e ainda puxar sua mão de uma vez só. É um fenômeno chamado “kickback”. Uma espécie de coice que a serra dá em quem não sabe manuseá-la direito. Veja só este idiota, quer dizer, este senhor, na marca dos 2:30 quase causar um acidente grave:
Não sabia dessa, não é? Então, nada de achar que já sabe de tudo e que cuidado é o bastante. Oficina, só acompanhado de alguém que sabe o que está fazendo, combinado?
Você tem casos sobre acidentes, ou quase-acidentes causados por falta de cuidado? Conte suas histórias nos comentários e no nosso Fórum e ajude aos Fazedores a não cometer os mesmos erros!
Realmente não conhecia o efeito kickbacks, excelente post!
O tiozinho teve muita sorte!
Wowww. Foi por pouco no vídeo da serra circular.