Hoje em dia qualquer pessoa carrega um monte de aparelhos consigo todo o tempo. Infelizmente, por mais que nossos gadgets tenham evoluído nos últimos anos, ainda não estamos livres de ter que arrastar com os aparelhos uma monteira de cabos que são necessários para usá-los.
Entre carregadores, fones de ouvido e cabos de dados -só para citar os mais comuns-, nossa vida digital ainda depende muito deles para funcionar. E como se não bastasse ter que carregar um monte deles, os fios têm a péssima mania de ficarem todos embolados e cheios de nós!
Um grande aborrecimento não é mesmo? Pois saiba que ele está com os dias contados, caro #fazedor! Hoje, explicamos mais sobre este incômodo e como lidar com ele!
Por que os cabos se enroscam?
Todo mundo já passou por isso: guardar seus fios arrumadinhos e em ordem, e ao puxar o cabo do bolso ou mochila, tirar um ninho de gato, entremeado com outros fios e algum outro objeto que estava solto por alí.
Mesmo sendo ocorrência comum, ainda nos surpreendemos com a capacidade dos cabos de se enrolarem e darem tantos nós. É como se tivessem vida própria! Como se entrassem trolls nas mochilas e bolsos quando os donos não estão olhando, só para bagunçar nossos aparelhos! Afinal, não há explicação lógica de como isto pode acontecer com um fio desta maneira, certo?
Na verdade… há sim! Foi inclusive tema de uma pesquisa científica, chamada “Formação espontânea de nós em uma corda agitada”. Na verdade, os nós são alvos de muito estudo. A matemática da Teoria dos Nós é bem complicada! Vamos nos ater entretanto, a este último estudo, que chacoalhou uma caixa com uma corda dentro e analisou os resultados depois.
Graças a estes pesquisadores, hoje sabemos que bastam poucos segundos para um cabo organizadinho virar uma bagunça quase irreversível. Dentro os fatores que contribuem, podemos destacar o comprimento da corda, seu coeficience de fricção e flexibilidade. Os cabos de computador, bem flexíveis e cobertos de borracha, são excelentes candidatos para isto.
É uma questão de entropia, na verdade. À medida em que o cabo se agita, seus segmentos se movem, colidindo, dando voltas e deslizando sobre si mesmos. Daí vira uma questão de probabilidade. Há infinitas combinações possíveis de posições para que a corda crie nós, e apenas uma na qual ela fica desembolada!
Você pode dar uma viajada, e pensar “Cara! O universo quer que meu fone fique embolado!” que estará técnicamente correto! Um fio se embaralhar é apenas uma consequência da ordem natural das coisas.
Vencendo a entropia
Se sabemos que o que causa o caos nos fios é a sua movimentação, já estamos bem perto de entender como é possível acabar com este problema. E não, engraçadinho, não é deixando seus cabos em casa (apesar que isto funcionaria).
O objetivo é fazer com que toda a corda se mova junto dentro da sua mochila, minimizando a sua possibilidade de passar por baixo dela mesma. Eu testei um monte de métodos aqui, e agora conto o mais eficiente para vocês.
A mãozinha “metal”
O ponto principal deste método é o padrão de “8” usado para enrolar o fio. Assim, cada nova volta é impedida pelo loop anterior (que corre no sentido contrário) de se prender às outras. Ficam livres apenas os arcos nas pontas, que não têm comprimento livre o suficiente para formar um nó. Ao final, as voltas finais evitam o movimento de vai-vem que poderia desfazer a coisa toda. Genial!
E é isso! Outros métodos, como usar um grampo, cortar um cartão de crédito para prender as pontas ou comprar suportes plásticos para os fones, embora relativamente eficientes, são trabalhosos e te deixam dependente de um objeto externo para resolver seu problema. Não recomendo.
Bônus points: se você tem um monte de fios embolados atrás da sua televisão ou computador, você pode usar a exata mesma técnica para encurtar e organizar os cabos, eliminando de vez este aborrecimento da sua vida.
Que tal testar aí na sua casa e dizer pra gente, no Fórum do Fazedores e aqui nos comentários qual foi o resultado? Compartilhe também as suas artimanhas e técnicas para deixar seus fios sempre em ordem!
Olá Fabiano!
Sei que o artigo é de 2015 e por isso mesmo, pergunto: uso desta técnica não prejudicou a durabilidade dos fios devido as dobras curtas e constantes? Estou com o mesmo problema, principalmente com cabos emborrachados, parecem uma praga depois que se enrolam. Porém, como tenho alguma experiência com eletrônica, fico receoso dos danos que isso poderia causar nos cabos uma vez que seriam dobrados de forma frequente. Qual tem sido a sua experiência nestes 3 anos aplicando a técnica?
Desde já fico grato por compartilhar este conhecimento.
Abraço!
Marcelo
Excelente pergunta Marcelo!
Cabos de qualidade razoável podem ser flexionados sem nenhum problema. Outros fatores, como o apodrecimento da borracha ou mesmo a obsolescência do equipamento vão estragar o cabo muito antes dele se partir.
O ponto de atenção aqui é que você não deve fazer raios muito apertados nas voltas. Quando você enrola o cabo, ele não deve ser tensionado com força, e nem formar nenhuma aresta, ou “quina”.
A própria rigidez do cabo serve como um alerta. Se o cabo “faz força” pra se desenrolar, é sinal que você precisa dar voltar maiores, com mais espaço.
Cabos mais grossos, como de força ou internet, não podem ser enrolados no espaço da mão, como os fios fininhos de fone.
Até hoje eu estraguei alguns fones dormindo em cima deles, passando com a cadeira por cima e outros acidentes do tipo, mas nenhuma vez por ter enrolado pra guardar :)