Países muito pobres, principalmente os que sofreram recentemente com guerras civis, possuem um número de pessoas muito grande que sofreram alguma espécie de mutilação. Além disso, por conta da infraestrutura de saúde precária, um vasto número de doenças pode fazer com que esses indivíduos percam um pedaço do pé, a perna ou um dos membros superiores. No mundo todo, diversas pessoas que não possuem uma perna, ou parte da perna, usam muletas por não terem acesso à próteses que as possibilitariam andar de maneira mais autônoma. Próteses feitas com impressora 3D estão sendo desenvolvidas para resolver este problema.
As próteses oficiais são projetadas para se encaixar perfeitamente à perna do paciente. Elas são caras e demoradas, pois exigem diversas iteração entre o técnico responsável pela construção da prótese e o paciente, o que pode se prolongar por vários dias e mesmo semanas.
Um time de pesquisadores do Laboratório Critical Making Lab, da Universidade de Toronto no Canadá, está trabalhando com crianças que não possuem uma perna e/ou pé em Uganda, na África, para que elas possam ter uma prótese barata e construída em uma impressora 3D.
A ideia é diminuir a necessidade de se precisar sempre de técnicos altamente qualificados para fazer uma prótese, automatizando alguns dos passos durante esse processo de sua criação, reduzindo então o tempo para construí-la e, assim, aumentar a precisão da peça criada e de seu encaixe.
Primeiramente, é feito um escaneamento na perna existente do paciente que receberá a prótese e da parte do membro do paciente onde será feito o encaixe da prótese. Com os dados do objeto escaneado, a peça que servirá de encaixe é criada, utilizando um software com modelamento de próteses desenvolvidos pelos pesquisadores. Em um período de apenas algumas horas, é possível imprimir um prótese em uma impressora 3D de mercado. A peça impressa é conectada a uma prótese simples e, assim, pode ser integrada ao paciente. A ideia inicial é criar mais peças de encaixe em um tempo menor, com relação aos métodos tradicionais, já que em países como em Uganda, existem poucos especialistas para muitos pacientes, e a maioria deles são bem pobres.
Trata-se, conforme disse um dos idealizadores do projeto, o Professor Matt Ratto , não só um projeto de tecnologia e pesquisa acadêmica, mas também um projeto que alia empreendedorismo social e o desenvolvimento de boas práticas de cientistas e participantes que possuem um alto grau de conhecimento. E isso nos inspira a inovar para o bem!
Clique neste link para ver a matéria completa na BBC.
Veja o video abaixo e conheça mais sobre o trabalho desses pesquisadores.
Referências
- Imagem de destaque: Vimeo
- Fonte da imagem 1: BBC
- Fonte da Imagem 2: Universidade de Toronto
- http://criticalmaking.com/
- http://3dprint.com/44123/3d-printed-prosthetics-uganda/
- http://www.bbc.com/news/health-31151088
- http://skanect.occipital.com/
Agradecimentos especiais a Claudio Patola e Alessandra David pelas correções desse texto.
Bom artigo Tiago. Nao tinha conhecimento que as proteses impressas em 3D ja estavam sendo usadas para membros inferiores. Apoio 100% a tecnologia que faz diferenca na vida das pessoas. E ‘e um tema que causa constrangimento, ha varias pesquisas indicando que usuarios de proteses tendem a preferir aparencia ‘a funcionalidade. Acredito que a gente viva um momento de inicio de mudanca de paradigma de comportamento. As proteses sao evidentes, impressas 3D podem ser coloridas, e quem sabe, as pessoas possam conviver ainda melhor com essa abordagem (ja acontece com as maos, mal posso esperar o proximo artigo).