Hoje recebi a triste notícia que um amigo quase teve a casa incendiada por um mal funcionamento de uma impressora 3D, como se pode ver na imagem acima o desastre foi considerável, imediatamente me veio a cabeça escrever um artigo sobre esse assunto que é tão subestimado em projetos de equipamentos, a segurança dos mesmos!
Quando se fala em projetos DIY (Do It Yourself, ou seja, faça você mesmo) uma das questões mais críticas é a segurança, em geral os makers desenvolvem seus projetos pensando exclusivamente no funcionamento do dispositivo, o que pode ocasionar muitos problemas principalmente quando o dispositivo funciona de forma autônoma e sem supervisão, e para agravar ainda mais a situação, ainda existem as empresas que vendem kits de dispositivos, e pelo que tenho visto no mercado, em geral os projetos não apresentam qualquer preocupação com a segurança durante o funcionamento, pelo fato de ser um kit de montagem, a responsabilidade sempre cai para o usuário.
Resolvi destacar alguns aspectos do que penso ser importante para assegurar o mínimo de segurança em um dispositivo elétrico.
1 – Proteção contra curtos.
Em qualquer equipamento elétrico, independente da tensão e potência, é imprescindível a utilização de fusíveis na linha principal de alimentação, um para equipamentos monofásicos, dois para equipamentos bifásicos e três para equipamentos trifásicos, nesse último caso ainda é importante a utilização de dispositivo de segurança para o caso de falta de fase, pois no acionamento de motores trifásicos, por exemplo, o motor pode queimar sem as 3 fases em operação.
2 – Aterramento.
A segunda coisa mais importante, e uma das mais neglicenciadas principalmente em ambiente doméstico é a utilização de aterramento, quem já não tomou banho em algum lugar e o registro do chuveiro dava choque na hora de desligar o mesmo? Aterrar os equipamentos elétricos é importantíssimo, ele evita que uma fuga de corrente se espalhe para o corpo do dispositivo e consequentemente eletrocute o usuário ao ser tocado, bem como faz com que ocasione a queima do fusível ou queda do disjuntor, em casos de vazamentos de energia mais graves, a bitola do fio terra tem que ser maior que a bitola da fase, esse tipo tem que suportar a corrente em curto circuito da fase até que um dispositivo de proteção seja acionado, e em hipótese alguma o fio terra deve passar por disjuntor ou fusível.
3 – Isolação Elétrica e Térmica.
Em projetos que se mistura plásticos com metais, é necessário efetuar um bom planejamento de todas as linhas de alimentação elétrica e circuitos eletrônicos, em equipamentos elétricos, é norma a utilização de plásticos com aditivos anti-chama, nesses equipamentos não se pode utilizar materiais que propaguem fogo. Ainda é aconselhável que equipamentos que controlem aquecimento possuam relê térmico para desligamento total do sistema no caso de aquecimento fora de controle. Ventilação de todos os equipamentos que emitem calor é um fator muito importante, pois evita-se um super aquecimento dos componentes do dispositivo.
A bitola dos fios é outro fator que se deve ser estudado, os fios devem suportar pelo menos 50% a mais de corrente do que o circuito exige, no caso do fio terra, o ideal seria a utilização no mínimo do dobro de bitola em relação a soma das bitolas das fases de entrada.
Quando for comprar um equipamento que teve uma produção caseira, ou mesmo montar um kit pronto ou projetar seu dispositivo, sempre leve em mente a questão da segurança, pense em tudo que pode dar errado.
Segurança nunca é demais, principalmente se for um dispositivo que pode ameaçar a sua vida ou a da sua família!
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